Carta Aberta ao Sr. Andrés Nícolas D'Alessandro.

Hoje tu completas 5 anos de Inter, por isso Resolvi te escrever.

Misto de sentimentos. Amor e ódio. Meu camisa 10, nosso camisa 10, tu és algo extinto no mercado do futebol. Tu és o drama de um tango, com a alegria e malandragem de um samba do finado Bezerra. Tu decide jogo. Tu não foge da briga. Se não der certo, não foi por falta de vontade tua.

No clube que se perdeu em 2007 durante uma ressaca mundial e que juntava os cacos em 2008, tu deste o rumo. Quase perdeste o leme em alguns momentos, mas nunca se achicou diante das tormentas.

Do grenal que o rabote mágico se formou em quatrilho, até o topo da América com as 3 taças maiorais do continente, tu estava lá. Do trágico 14 de Dezembro de 2010, até o carnaval rubro dentro do chiqueiro 5 meses depois, tu estava lá. Deus te testou. E tu passou no teste. Tu és um ícone colorado.

Tu és gênio quando quer jogar. Tu quando joga encanta. Tanto que encanta, que a outra metade esquizofrênica do estado se afoga em mágoas e recalque.

Nós somos teus amigos. A torcida te apresenta para os outros: "Meu Inter tem o D'Alessandro, conhece?". Sim! Dentre os 5 maiores rubros de todos os tempos, teu nome está lá.

Num futebol regado a dinheiro, ter um ídolo é arriscado. Porém sou teu fã.

Certamente tu não lembras de mim, porém eu me lembro de você. E não lembro por nossas pequenas conversas em raras oportunidades (durante alguns segundos na saída ou volta para o campo quando fui gândula, ou quando fui em saídas de treino), mas lembro pelo mesmo motivo que faz cerca de 8 milhões de colorados sonhar quando tu entras em campo.

Não fiz um fã clube seu. Não posto fotos de você a cada momento em redes sociais e muito menos procuro saber de sua vida pessoal. Porém confesso que tenho uma pequena coleção de camisas suas, mas o principal que dedico para você, é a minha admiração e o meu olhar futebolístico quando tu estás fardado com o manto centenário em campo.

Gracias por siempre dejar la vida en la cancha cuando pone la remera colorada.

Se um dia esta carta aberta chegares até ti, sinta-se abraçado. Pois como citei acima, tu és meu amigo, nosso amigo. E amigos, a gente abraça e quer sempre bem.


Max Peixoto
30 de Julho de 2013.



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